Em 10 de agosto fez 15 anos que um grande sociólogo que era brasileiro nos deixou. Florestan Fernandes foi um homem excepcional. Talvez eu tenha pouquíssima credibilidade para falar de alguém como ele, mas sem sombra de dúvidas foi o maior sociólogo brasileiro.
Foi aquele que desconheceu o pai, era filho de uma simples lavadeira analfabeta e morou em cortiços.
Foi aquele que trabalhou desde a infância, que aos seis anos já dormia no próprio estabelecimento de trabalho. Depois, passou a ser engraxate e posteriormente, garçom do Centro Histórico de São Paulo.
Atrás do balcão, enquanto não servia professores, doutores ou jornalistas, Florestan se debruçava em obras literárias, até que um dia despertou a curiosidade de um homem que passou a incentivá-lo aos estudos. A USP estava em seu primórdio quando o sociólogo começou a estudar lá. Então, não parou mais.
Apesar de todas as dificuldades (ele aprendeu a ciência sociológica em qualquer idioma, menos em português porque os grandes mestres vieram do exterior), Florestan nunca deixou de lado o esforço e a persistência.
Foi ele que tornou a Sociologia uma profissão como as outras existentes. E estando nessa condição, sua grande preocupação era com o método científico; a Sociologia não poderia ser "qualquer coisa" para ele.
Embora levasse muito em consideração o rigor metodológico, a coisa mais importante para Florestan era, sobretudo, o receio de se afastar de suas origens. Era acima de tudo um homem humilde e que sabia muito bem qual era o seu lugar no mundo.
Sua trajetória, para isso não virar uma espécie de resumo de biografia, está escrita em todos os meios de comunicação. Sua carreira política, enquanto constituinte, foi de fundamental importância para a constituição de uma democracia no Brasil depois de séculos de exploração colonial e, mais recentamente, ditaduras militares.
O Brasil ainda não conheceu alguém como Florestan Fernandes que, diferente de qualquer outra pessoa, teve um destino ímpar. Ele é uma das pessoas mais admiráveis que tenho conhecimento em um pouco mais de duas décadas de vida. E, sinceramente, não acredito que conhecerei com facilidade alguém que chegue em seu nível de esclarecimento e superação intelectual, de vida e de história.
Foi aquele que desconheceu o pai, era filho de uma simples lavadeira analfabeta e morou em cortiços.
Foi aquele que trabalhou desde a infância, que aos seis anos já dormia no próprio estabelecimento de trabalho. Depois, passou a ser engraxate e posteriormente, garçom do Centro Histórico de São Paulo.
Atrás do balcão, enquanto não servia professores, doutores ou jornalistas, Florestan se debruçava em obras literárias, até que um dia despertou a curiosidade de um homem que passou a incentivá-lo aos estudos. A USP estava em seu primórdio quando o sociólogo começou a estudar lá. Então, não parou mais.
Apesar de todas as dificuldades (ele aprendeu a ciência sociológica em qualquer idioma, menos em português porque os grandes mestres vieram do exterior), Florestan nunca deixou de lado o esforço e a persistência.
Foi ele que tornou a Sociologia uma profissão como as outras existentes. E estando nessa condição, sua grande preocupação era com o método científico; a Sociologia não poderia ser "qualquer coisa" para ele.
Embora levasse muito em consideração o rigor metodológico, a coisa mais importante para Florestan era, sobretudo, o receio de se afastar de suas origens. Era acima de tudo um homem humilde e que sabia muito bem qual era o seu lugar no mundo.
Sua trajetória, para isso não virar uma espécie de resumo de biografia, está escrita em todos os meios de comunicação. Sua carreira política, enquanto constituinte, foi de fundamental importância para a constituição de uma democracia no Brasil depois de séculos de exploração colonial e, mais recentamente, ditaduras militares.
O Brasil ainda não conheceu alguém como Florestan Fernandes que, diferente de qualquer outra pessoa, teve um destino ímpar. Ele é uma das pessoas mais admiráveis que tenho conhecimento em um pouco mais de duas décadas de vida. E, sinceramente, não acredito que conhecerei com facilidade alguém que chegue em seu nível de esclarecimento e superação intelectual, de vida e de história.